O livro que trago hoje
é “Histórias Extraordinárias” publicado pela primeira vez em 1839 em dois
volumes com o nome “Tales
of the Grotesque and Arabesque”.
Tendo lido pela
primeira vez este tipo de livro, sobre mistério, suspense e terror, achei
alguns bastante macabros principalmente o primeiro conto “A Pipa de Amontillado”
que por uma mera (digo eu) questão de um insulto levou a um final daqueles. Foi
o que mais me impressionou, talvez por ter sido o primeiro que li. O que não
quer dizer que não tenha gostado, muito pelo contrário. Devo dizer que não é o mais
horrendo, essa lista penso que começará pela “Berenice” e depois pelo “O Gato Preto”.
Os contos são sempre narrados na primeira pessoa e falam
normalmente da morte, incluindo os presságios de morte (“A Esfinge”), a sensação que se tem quando sabe
(ou pensa que sabe) que vai morrer (“O Poço e o Pêndulo” e “Manuscrito Encontrado Numa Garrafa”), os efeitos da decomposição
(“O Gato Preto”), o ser-se enterrado vivo (“O Enterro Prematuro” e “Berenice”), o luto (“Ligeia”) e a reanimação
dos mortos (“Morella” e “Ligeia”).
Além deste tema,
insere-se também o lado mais negro da
personalidade da personagem principal, o
seu grau de loucura (“O coração delator”, “O Gato Preto”) e o seu grau de obsessão
(“A Caixa Longa”, “O Demónio da Perversidade” e “Berenice”).
“Metzengerstein” retrata também a morte mas vai
mais para o lado da lenda, é uma história engraçada. “O Escaravelho de Ouro”
foi o que menos gostei, é o conto mais longo, tem também um final misterioso e
algo sinistro, no entanto é mais do género livro de aventuras… a procura de um
tesouro de piratas!
Quanto a “William Wilson”,
é semelhante ao último livro sobre o qual escrevi - “O Homem Duplicado” – que falava
de duas pessoas totalmente iguais, voz, físico, tudo. É semelhante até no ponto
que despoleta a finalização da tormenta - a luxúria. No entanto achei que
faltava qualquer coisa. Essa coisa encontrei-a neste conto. Além da vitória de
um sobre o outro, é mais negro. A morte física de um é a morte interior do
outro.
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Histórias Extraordinárias, Leya |
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