segunda-feira, 10 de junho de 2013

“Histórias Extraordinárias” de Edgar Allan Poe

O livro que trago hoje é “Histórias Extraordinárias” publicado pela primeira vez em 1839 em dois volumes com o nome “Tales of the Grotesque and Arabesque”.

Tendo lido pela primeira vez este tipo de livro, sobre mistério, suspense e terror, achei alguns bastante macabros principalmente o primeiro conto “A Pipa de Amontillado” que por uma mera (digo eu) questão de um insulto levou a um final daqueles. Foi o que mais me impressionou, talvez por ter sido o primeiro que li. O que não quer dizer que não tenha gostado, muito pelo contrário. Devo dizer que não é o mais horrendo, essa lista penso que começará pela “Berenice” e depois pelo “O Gato Preto”.

Os contos são sempre narrados na primeira pessoa e falam normalmente da morte, incluindo os presságios de morte (“A Esfinge”), a sensação que se tem quando sabe (ou pensa que sabe) que vai morrer (“O Poço e o Pêndulo” e “Manuscrito Encontrado Numa Garrafa”), os efeitos da decomposição (“O Gato Preto”), o ser-se enterrado vivo (“O Enterro Prematuro” e “Berenice”), o luto (“Ligeia”) e a reanimação dos mortos (“Morella” e “Ligeia”).

Além deste tema, insere-se também o lado mais negro da personalidade da personagem principal, o seu grau de loucura (“O coração delator”, “O Gato Preto”) e o seu grau de obsessão (“A Caixa Longa”, “O Demónio da Perversidade” e “Berenice”).

 “Metzengerstein” retrata também a morte mas vai mais para o lado da lenda, é uma história engraçada. “O Escaravelho de Ouro” foi o que menos gostei, é o conto mais longo, tem também um final misterioso e algo sinistro, no entanto é mais do género livro de aventuras… a procura de um tesouro de piratas!

Quanto a “William Wilson”, é semelhante ao último livro sobre o qual escrevi - “O Homem Duplicado” – que falava de duas pessoas totalmente iguais, voz, físico, tudo. É semelhante até no ponto que despoleta a finalização da tormenta - a luxúria. No entanto achei que faltava qualquer coisa. Essa coisa encontrei-a neste conto. Além da vitória de um sobre o outro, é mais negro. A morte física de um é a morte interior do outro.

Histórias Extraordinárias, Leya

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