Zafón escreve verdadeira poesia, é um narrador nato. Nesta Sombra do Vento, o autor fez um trabalho exemplar: a narrativa flui naturalmente, nada é forçado, cada capítulo prende-nos e faz a ligação ao que se segue. O autor vai desenrolando o fio condutor e o leitor vai descobrindo mais acerca da personagem central. Cada página que se vai virando é uma descoberta, que nos vai deixando de boca aberta no desenrolar da acção com tantas reviravoltas. A Sombra do Vento manteve-se mais de 60 semanas no top dos mais vendidos em Espanha e percebe-se porquê: mistério, drama, romantismo, o autor vale-se de tudo para escrever esta obra maravilhosa.
A história? Daniel Sempere, um rapaz de 11 anos, visita com o pai o Cemitério dos Livros Esquecidos e selecciona um livro. Livro esse que condena a sua própria vida pois depressa descobre que todos os livros desse autor foram queimados. E como curioso que é, tenta descobrir mais acerca da vida desse autor, Julián Carax e aí surge a perseguição, a descoberta do que aconteceu no passado, o amor, o mistério... É uma enorme aventura passada nas ruas de Barcelona dos anos 40 e estende-se até à vida adulta do nosso querido Daniel.
A história foi construída de tal forma que imagino facilmente uma adaptação cinematográfica.