Este livro fala sobre o Fim do Mundo, do Armagedão, da
Batalha Final entre o Bem e o Mal.
Começa por contar os últimos preparativos até chegar à batalha
final realizados pelo Demónio Crawly (representante do Inferno) (que
muda para Crowley, uma vez que Crawly significa “rastejante” e Crowley sempre é um “topónimo americano, além de antropónimo inglês”), pelo Anjo
Aziráfalo (representante do Céu) e pelos quatro motoqueiros do apocalipse (Guerra,
Fome, Poluição – sim, Poluição – e Morte).
No entanto, uma pequena troca de bebés, coloca o Anticristo “o Adversário, Destruidor de Reis, Anjo do
fosso sem Fundo, Grande Besta que é chamada Dragão, Príncipe deste mundo, Pai
das Mentiras, Descendente de Satã e Senhor das Trevas” na família
errada e é onde toda a história começa.
Uma vez que Crowley e Aziráfalo são grandes apreciadores do
modo de vida na Terra, tentam de todos os modos e feitios sabotar o Armagedão. Mas
a melhor parte é quando o próprio Anticristo decide que o Fim do Mundo não tem
jeito nenhum e tenta, também ele, o boicote. O Mundo tem tantas coisas
boas, para quê acabar com ele? Porque é que fazem as pessoas, deixam-nas comportar
como pessoas e depois as castigam por isso?
Mas… será que o objectivo não era de facto sabotarem o fim
do mundo? Será que não foi feito de propósito para que tudo corresse mal? Será
que não era um teste? Será que não era apenas uma transição para o verdadeiro
Armagedão?
Para mim, apesar de se encontrarem bastantes erros ortográficos,
é de esquecer esses pormenores, já que é um livro extraordinário, muito
bem-humorado e extremamente divertido. Dei de facto umas valentes gargalhadas. É bastante surpreendente como, de uma forma humorada e
irónica, mostra um outro lado, um outro modo de pensar sobre o Inefável Plano. Mostra uma perspectiva
completamente diferente do que foi dito e feito até agora sobre o que é o Bem e
o que é o Mal e sobre o que é a essência das pessoas.
Aqui fica uma das minhas passagens preferidas:
“Cão já perseguira uma ratazana. Fora a mais
adorável experiência da sua vida. (…). E além disso havia os gatos, pensou Cão. Surpreendera o grande gato ruivo dos
vizinhos e tentara reduzi-lo a uma geleia temerosa usando o habitual olhar
flamejante e o rosnar profundo na garganta, que já no passado resultara tão bem
com as almas penadas. Porém, desta vez, tinham-lhe valido uma patada no nariz
que lhe fizera chegar as lágrimas aos olhos. Os gatos, considerou Cão, eram obviamente bastante mais duros que as
almas penadas. Estava ansioso por uma nova experiência com gatos, que, segundo
planeara, iria consistir em andar-lhes à volta aos saltos e latir-lhes com
grande excitação. Era um plano desesperado, mas talvez resultasse.”
Bons augúrios, Editorial Presença