quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra - Mia Couto



Mia Couto gosta de nos surpreender, dá reviravoltas sem fim aos seus enredos. Provoca-nos surpresa e assim lá vai descortinando toda a trama. Já sabemos como funciona a narrativa deste autor moçambicano. Na obra "Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra", vemos um jovem regressar à sua terra natal para o funeral do seu avó. É suposto o seu avó já ter morrido, e supostamente trata-se realmente do seu avô. Ou será que a história não é bem assim? Os acontecimentos desenrolam-se de acordo com os diversos mitos daquela pequena ilha - Luar-do-Chão. O jovem recebe umas cartas com a sua própria letra que revelam de mistérios e  vão desvendando segredos familiares. Mia Couto habitua-nos mal: escreve poesia em prosa. E ficamos viciados.


Sinopse:
Um jovem estudante universitário regressa à sua ilha-natal para participar no funeral de seu avô Mariano. Enquanto aguarda pela cerimónia ele é testemunha de estranhas visitações na forma de pessoas e de cartas que lhe chegam do outro lado do mundo. São revelações de um universo dominado por uma espiritualidade que ele vai reaprendendo. À medida que se apercebe desse universo frágil e ameaçado, ele redescobre uma outra história para a sua própria vida e para a da sua terra.
A pretexto do relato das extraordinárias peripécias que rodeiam o funeral, este novo romance de Mia Couto traduz, de uma forma a um tempo irónica e profundamente poética, a situação de conflito vivida por uma elite ambiciosa e culturalmente distanciada da maioria rural.
Uma vez mais, a escrita de Mia Couto leva-nos para uma zona de fronteira entre diferentes racionalidades, onde percepções diversas do mundo se confrontam, dando conta do mosaico de culturas que é o seu país e das mudanças profundas que atravessam a sociedade moçambicana actual.

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