O objectivo de Diana é matar os responsáveis pela morte do pai à 14 anos. Entretanto, comanda os assaltos e manobras da matilha. Tudo o que faz é em prole do bairro, como se fosse uma justiceira. Um bairro com pessoas que vivem todos os dias sem esperança, desempregados, com fome.
Como diz Ravara, inspector-chefe da Polícia Judiciária:
"Há um cimento sinistro que liga os factos que lhe são imputados, e esse cimento chama-se vingança. (...). Vingança pela morte dos pais, vingança de todos eles pelas suas orfandades reais e aparentes, vingança contra o sofrimento, vingança contra a injustiça, vingança contra a ausência de esperança."Conta o outro lado da história, dos "mauzões". Leva-nos a ter compaixão por alguns deles porque há sempre uma razão para se fazer aquilo que faz. Ao longo da história vão-se conhecendo os membros do gangue, as suas histórias, o seu passado e de como chegaram até ali. Histórias nunca felizes: violência doméstica, morte dos pais, assassínios, droga, fugas de casa. Uma vida de sobrevivência.
Gostei do livro, apesar de que, ao início, o romance torna-se algo confuso, não pela história em si, mas pelos nomes dos personagens (ou alcunhas) e pelo uso de muito calão da língua. Ficam-se a conhecer muitas expressões utilizadas entre ladrões/traficantes/burlões: urina, chinaria, panfletos, chata.
Para dar mais realidade ao livro achei normal este tipo de linguagem para alguns personagens, tratam-se de vidas comuns do nosso dia-a-dia. Mas mesmo o narrador usa este tipo de linguagem, o que já achei um pouco forçado.
Incrivelmente, uma pessoa chega ao fim e espera que tenha um final feliz...
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| O Bairro da Estrela Polar, Casa das Letras |

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